VEJAMOS BEM COMO ESTAMOS VIVENDO
“Portanto, vejam bem como vivem. Não vivam como ignorantes, mas como sábios. Aproveitem bem o tempo porque os dias em que vivemos são maus. Não ajam como pessoas sem juízo, mas procurem entender o que o Senhor quer que vocês façam” (Ef 5.13-17 BLH).’, ‘
Quando o apóstolo Paulo escreveu a sua Carta aos cristãos de Éfeso, uma cidade que hoje faz parte da Turquia, ele chamou a atenção dos mesmos para a maneira como eles viviam e, por isso lhes disse as palavras do texto bíblico que acabamos de ler, e que julgamos importante repetir: “Vejam bem como vivem. Não vivam como ignorantes, mas como sábios. Aproveitem bem o tempo porque os dias em que vivemos são maus. Não ajam como pessoas sem juízo, mas procurem entender o que o Senhor quer que vocês façam”.
Na seqüência dessas palavras, o apóstolo dá a entender que os cristãos que são sábios não se embebedam com vinho, mas enchem-se do Espírito Santo de Deus, animando uns aos outros com hinos e salmos ao Senhor, com gratidão nos seus corações (cf. Ef 5.18-21).
Lembremo-nos, portanto, disso: nós, que somos cristãos, que cremos que Deus nos ama e que nos perdoa por causa do sacrifício de seu Filho Jesus, não podemos jogar fora o tempo de nossas vidas com coisas fúteis, que não edificam nada nem a ninguém. Busquemos a Deus em sua Palavra; através do seu estudo ele nos conservará na fé em Cristo e nos manterá animados para que também animemos outros a permanecer fiéis ao Senhor até ao fim.
Nosso Deus de amor, que sempre tem agido com sabedoria, abençoa-nos para que entendamos bem a tua vontade e consigamos agir de modo sábio.
CRER EM DEUS
“A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e o de que existem coisas que não podemos ver” (Hb 11.1 NTLH). Muitos fazem confusão entre o crer em Deus ou a fé cristã, e o conhecimento natural de Deus. A todo instante chega aos nossos ouvidos a afirmação: Eu tenho muita fé em Deus.’, ‘
Toda pessoa sabe da existência de Deus. “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20). Não é de se admirar quando as Escrituras declaram: “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem, e tremem” (Tg 2.19). Pelo que somente alguém fora do juízo perfeito vai afirmar: Não há Deus.
Crer em Deus é fé cristã, a fé salvadora, é muito mais do que saber que Deus existe, que Deus é poderoso. Fé cristã é confessar com o Credo Apostólico: “Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu unigênito Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria. padeceu sob Pôncio Pílatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja de Cristo – a comunhão dos santos, na remissão dos pecados; na ressurreição da carne e na vida eterna.”
Crer em Deus é ter a confiança e a esperança de que Deus Pai “amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê”, pela ação do Espírito Santo, “não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Feliz é todo aquele que possui esta fé no Salvador Jesus, e a certeza da vida eterna junto de Deus nos céus.
JESUS
Jesus era tão estranho que todo mundo perguntava: Quem é este? Numa ocasião são os escribas e fariseus reunidos em Cafarnaum: “Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados senão só Deus? “(Lc 5.21). Noutra ocasião são os que estavam com ele à mesa na casa de Simão, o fariseu: “Quem é este que até pode perdoar pecados?” (Lc 7.49). Ou então são os próprios discípulos em pleno mar da Galiléia: “Quem é este que até aos ventos e às ondas repreende, e lhe obedecem?” (Lc 8.25). Ou ainda é o supersticioso Herodes: “Quem é este a respeito do qual tenho ouvido tais coisas? ” (Lc 9.9). Também a alvoroçada cidade de Jerusalém no domingo de ramos: “Quem é este? ” (Mt 21.10).’, ‘
Ninguém sabe exatamente quem é ele, quais as suas reais dimensões, porque falava e agia de maneira tão incomum. Curioso é que o próprio Jesus também perguntava o que os outros pensavam ou diziam dele mesmo. Uma vez surpreendeu os discípulos com esta pergunta: “Quem diz o povo ser o Filho do homem?” E quando eles tentam reproduzir a opinião corrente, o Senhor volta-se para os discípulos e pergunta-lhes: “Mas vós, quem dizeis que eu sou? ” (Mt 16.13-15). Depois, ele teve a coragem de interpelar até os próprios fariseus: “Que pensais vós do Cristo?” (Mt 22.42).
Há muitas respostas para a pergunta do povo “Quem é este?” e para a pergunta de Jesus “Quem eu sou?”
A versão mais insistente diz que ele é João Batista. Um verdadeiro absurdo! Pois João era contemporâneo de Jesus e foi quem o batizou. O tetrarca Herodes pensa desta maneira e não hesita em declarar que Jesus é João Batista decapitado e ressuscitado dos mortos e, por isso, “nele operam forças miraculosas” (Mt 14.2). Outros fazem ligações com o arrebatamento de Elias, ocorrido nove séculos antes (2 Re 2.9-18) e afirmam, sem sombra de dúvida, que Jesus é Elias que apareceu (Lc 9.8). Mas há quem prefira dizer que Jesus é Jeremias ou um dos antigos profetas que ressuscitou (Mt 16.14). As respostas são confusas e fantásticas.
Havia também respostas desrespeitosas e ofensivas. “Ele tem demônio”, explicam os judeus (Jo 8.52). “Nós sabemos que esse homem é pecador”, afirmam os fariseus (Jo 9.24). “Ele engana o povo” e é embusteiro, garantem os sacerdotes (Jo 7.12, Mt 27.63). Só porque Jesus anda sobre a superfície líquida do mar, lá pelas três horas da madrugada, em direção ao barco, os próprios discípulos o desconhecem e gritam: “É um fantasma!” (Mt 14.26). E Maria Madalena, na manhã da ressurreição, comete a gafe de confundir Jesus com o jardineiro de José de Arimatéia (Jo 20.14-16).
Foi Pedro, num de seus repentes, quem deu, em síntese, a resposta correta: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus, então, replica: “Bem-aventurado é você, Simão, filho de Jonas! Pois isto não lhe foi revelado por carne nem sangue, mas por meu Pai que está nos céus”. (Mt 16.16.) Poucos dias depois. Pedro veria a confirmação de suas palavras na cena da transfiguração, ao ouvir a voz que dizia a respeito de Jesus: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado. Ouçam a ele!” (Mt 17.5).
Na verdade, o modo de agir de Jesus Cristo encontra a única explicação naquilo que ele realmente é. Jesus se comporta naturalmente quando transforma muitos litros de água em vinho, quando alimenta cinco mil homens (sem contar mulheres e crianças) com cinco pães e dois peixes, quando dá respostas audíveis para quem faz perguntas na mente, quando acalma uma tempestade de vento em pleno mar, quando ressuscita mortos ou quando perdoa pecados. Pois ele é o Verbo que se fez carne (Jo l. 14),o resplendor da glória e a expressão exata de Deus (Hb 1.3), o Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), o único Mediador entre Deus e os homens (l Tm 2.5) e a propiciação pelos pecados do mundo inteiro (l Jo 2.2).