1. Parte I – Sumário da história da IER no Brasil
  2. Parte II – A Organização Da IER No Brasil
  3. PARTE III – O Ensino Da IER No Brasil

Parte I – Sumário da história da IER no Brasil

Prefácio

Ao ler, deve-se levar em consideração que a história foi condensada e que fala apenas sobre o início de cada Igreja; e inclusive sobre a origem e instituição das Igrejas Evangélicas Reformadas no Brasil (IERB).

As IERB tem suas raízes na Holanda e pode-se dizer que chegou aqui juntamente com a imigração holandesa, no século XX.

Cada Igreja–imigrante passou por situações semelhantes. Os membros provinham de origem eclesiástica diversa; deviam adaptar-se a um outro país; e, além disso, havia as grandes dificuldades financeiras.

O Início Da Igreja De Carambeí

Durante o ano de 1911, os primeiros imigrantes holandeses chegaram em Carambeí e logo deram início aos cultos dominicais. Primeiro, em uma casa cedida pela Brazil Railway Company e que durante a semana era usada como escola. Os srs. L. Verschoor e J. Voorsluys eram os responsáveis pela leitura dos sermões e pelo ensino doutrinário para os jovens, pois não tinham pastor.

Na Holanda, vários dos imigrantes tinham sido membros de diferentes igrejas do ramo calvinista, mas aqui viviam como se todos fossem membros de uma só igreja. Para eles a religião era de fundamental importância, tanto para preservar a fé, como para promover a união na comunidade.

Já no início, começaram os contatos com a Igreja Luterana, pois havia proximidade cultural entre os alemães e holandeses e o relacionamento entre ambos era mais fácil. Os cultos de batismo eram realizados por pastores luteranos de Castro e Ponta Grossa.

Contato Com As ‘Igrejas Reformadas En La Argentina’ (IRA)

Vendo a necessidade de organizar-se como igreja, a liderança entrou em contato com o pr. A. C. Sonneveld, que servia a Igreja dos holandeses reformados que moravam na Argentina. Igreja ligada às Igrejas Reformadas da Holanda (Gereformeerde Kerken Nederland = GKN). Esta carta foi de grande importância, pois a partir daí iniciaram-se contatos entre Carambeí e as comissões para a América do Sul da ‘Christian Reformed Church’-EUA, as Igrejas Reformadas da Holanda e as Igrejas Reformadas da Argentina (IRA).

O resultado destes contatos foi animador. O pr. B. Bruxvoort, da IRA de Três Arroios, foi enviado para Carambeí para estudar a possibilidade de organizar uma Igreja Reformada nesta colônia, que se filiaria ao seu presbitério.

Aprovou-se a organização e, no dia 14 de setembro de 1933, foi instituída oficialmente a Igreja, com um total de 31 membros professos. Ficou decidido que o credo desta Igreja estaria representada nos ‘Três Formulários de Unidade’, a saber: a ‘Confissão Belga’, o ‘Catecismo de Heidelberg’ e os ‘Cânones de Dort’.

Três anos antes, em 1930, haviam construído o primeiro templo.

A Christian Reformed Church/EUA

Esta Igreja, que havia colocado pastores à disposição do Presbitério de Buenos Aires, que subsidiava, logo colocou o pr. W. V. Muller à disposição da nova Igreja, que, sendo aceito pela comunidade, veio para Carambeí com a sua esposa, d. Charlotte.

O casal Muller foi de inestimável apoio para a igreja e seus membros, durante o período de 1935 até 1952, quando foi sucedido pelo pr. L. Moesker (das GKN) e sua esposa d. Odete. Ele, entre outros, investiu bastante no trabalho missionário local.

O Início Da Igreja De Castrolanda

Enquanto isso, com a vinda de outros imigrantes holandeses (a partir de 1951), começou a formar-se a Igreja Reformada em Castrolanda, que foi instituída em 25 de outubro de 1952, com um total de 31 membros professos e 54 membros batizados.

O pr. W. V. Muller, colocado à disposição pela ‘Christian Reformed Church’-EUA, além disso, era responsável pelo cuidado pastoral dos dispersos. O ensino doutrinário para os jovens era dado pelo pr. Moesker e pelos presbíteros.

No início os cultos eram realizados na sala do escritório da Cooperativa. Porém, com a vinda de mais imigrantes, este se mostrou pequeno e então construíram um local maior que servia tanto de templo como para todas as outras atividades da comunidade.

A inauguração aconteceu em 5 de julho de 1953, seguida de uma assembléia onde foram tomadas várias decisões importantes, entre outras: seria concedido o direito de voto às irmãs; na primeira quarta-feira de novembro seria realizada o ‘Dia de Oração’ pelo trabalho e no dia 1º de maio o ‘Dia de Ação de Graças’; e se deixaria de comemorar o

segundo dia de Páscoa, Pentecostes e Natal, sendo que isto não era costume no Brasil.

Em 1955 a Igreja decidiu chamar seu próprio pastor e convidou o pr. D. C. van Lonkhuijzen, das GKN, que foi empossado em janeiro de 1957.

O Trabalho Missionário

Em 1959 recebeu-se a visita de Deputados da Missão, das Igrejas Reformadas da Holanda (GKN), que vIERam estudar as possibilidades de trabalho missionário no Brasil. O resultado foi que, em 1961, enviaram o pr. Francisco L. Schalkwijk, para o trabalho missionário na região das colônias. Trabalho que, a partir de então, começou a se desenvolver sob a sua liderança dinâmica.

Alguns anos depois o trabalho missionário ampliou e estendeu-se pelo Estado do Paraná, sempre em deliberação com a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), com a qual já se mantinha contato.

O trabalho conjunto com as GKN mostrou-se de suma importância, pois nas Igrejas das colônias não havia pessoas suficientemente capacitadas, nem os meios financeiros, para um trabalho missionário desta dimensão.

Mais tarde, cada Igreja nomeou representantes, os ‘Deputados da Missão’, que eram responsáveis pelo trabalho missionário das Igrejas e também daquele realizado em conjunto com a Missão das GKN.

O Início Da Igreja De Arapoti

No início de 1960, chegaram mais imigrantes da Holanda, que se estabeleceram na região de Arapoti. A maioria, assim como os imigrantes das outras colônias, também provinha de Igrejas do ramo calvinista.

A organização da igreja ocorreu em 14 de outubro de 1960, com 34 membros professos e 59 membros batizados. Solicitou-se a cedência especial, temporária, do pr. W. V. Muller para a Igreja de Arapoti.

Mas sentiram a necessidade de ter seu próprio pastor e então convidaram o pr. L. Moesker, que foi empossado no início de 1962. Assim como o pastor Muller e sua esposa tinham sido, este casal também foi de grande apoio para as famílias dos imigrantes, nos difíceis anos iniciais.

Durante seu pastorado foi construído outro local para o culto e as outras atividades, com ajuda financeira da Holanda, pois a casa de madeira tornou-se pequena. A sua inauguração aconteceu em 17 de agosto de 1966.

A Igreja de Arapoti mostrou o desejo de também fazer parte dos trabalhos missionários, no acordo das Igrejas de Carambeí e Castrolanda com a Missão das Igrejas Reformadas da Holanda.

A Igreja De São Paulo

Os primeiros contatos foram por meio do pt. Muller, que atendia aos dispersos.

Lá formou-se um grupo, o ‘Círculo Bíblico Holandês’, cuja organização se deu em 16 de maio de 1954, com 16 adultos e 16 crianças.

Sentiram a necessidade de se tornarem Igreja e se animaram com a vinda do pr. J. C. Houtzagers. No dia 27 de novembro de 1955 realizou-se a organização oficial, no templo da Igreja Anglicana, com 28 membros professos e 26 membros batizados. Adotaram o nome: ‘Igreja Protestante Holandesa’.

No final de 1957, numa reunião com as Igrejas Reformadas do Paraná, concluiu-se que havia base para caminharem juntos. Mesmo assim demoraram até 1962 (durante o período do pr. J. J. Oranje) para decidirem se unir.

A Independência Das IERB

Um ano importante na história das nossas Igrejas foi o de 1962, quando se desligaram da IRA. Na ‘Reunião Nacional’, em 1958, as Igrejas Reformadas no Brasil já haviam decidido caminhar rumo à independência.

Assim, no dia 18 de junho de 1962, foi realizada a ‘Reunião Nacional’ das Igrejas Reformadas que tinha como tema: ‘A formação de uma só denominação’. Para tal também convidaram a Igreja Protestante Holandesa de São Paulo e a Igreja Reformada Libertada de Monte Alegre. Nesta reunião decidiu-se pela independência e desvinculação da IRA.

A Igreja de São Paulo também se afiliou à nova denominação, cujo nome escolhido foi: ‘Igreja Evangélica Reformada’ (IER). Foi enviada comunicação oficial da formação da IER, para as Igrejas com que se mantinha contato.

Em 21 de janeiro de 1963 foi realizado o primeiro Sínodo, onde se estabeleceu a Constituição das IERs. Estatutos aprovados: a IER é uma união de Igrejas, que adota como única regra de fé e prática: a Bíblia Sagrada. Como confissões adotou os ‘Credos Ecumênicos’ e os ‘Três Formulários de Unidade’, como fiel exposição da doutrina contida na Escritura Sagrada (anos depois, o Sínodo excluiu os Cânones de Dordt). A IER tem como finalidade adorar a Deus conforme a Sua Palavra, propagar o Evangelho, promover a educação cristã e obras de caridade, e administrar o seu patrimônio.

A AERIC

Em 1964, as IERs assumem o Instituto Cristão, conforme comodato feito com o proprietário (duração, 50 anos) e forma-se a Associação das Escolas Reunidas do Instituto Cristão (AERIC). O pr. Muller participou ativamente e foi convidado continuar a dar mais atenção ao Instituto Cristão, além do cuidado aos membros dispersos.

A IER Nova Holanda

A IER da Vila Nova Holanda surgiu da necessidade de se investir mais no trabalho entre os brasileiros, pois havia entre estes os que tinham o desejo de afiliar-se à IER. Eram frutos decorrentes do trabalho evangelístico da IER da colônia Carambei e do pr. Francisco Schalkwijk.

Em janeiro de 1965 o Conselho da IER de Carambeí decidiu subdividir-se em duas alas, uma de língua holandesa e outra de língua portuguesa. Os membros puderam escolher a qual ala desejavam se afiliar.

O primeiro culto no salão da Vila Nova Holanda realizou-se em 20 de março de 1968. A organização e afiliação ao Sínodo das IERs, como Igreja autônoma, aconteceu no dia 21 de agosto de 1977, com 98 membros professos. Seu primeiro pastor foi Acir Rickli, da IPB.

Em 1990 a Igreja comunicou ao Sínodo, que alcançaram autonomia financeira. Posteriormente (em 2007) mudaram o nome para Igreja Nova Holanda.

A Mulher No Ofício

Na sua reunião em 1971, o Sínodo resolveu autorizar que as mulheres ocupem ofícios na IER, deixando às igrejas locais a liberdade de opção.

Mais ou menos a partir da década de 1970, começou a reflexão sobre o futuro das IERs. Integrar numa Igreja brasileira, sim ou não?

A IER De Tibagi

No ano de 1975 apresentou-se a possibilidade de iniciar um trabalho em Tibagi, contando com a cooperação de jovens casais que haviam se mudado de Carambeí para Tibagi.

Nesta época, não havia nenhuma Igreja Evangélica na cidade. No início, os trabalhos e atos pastorais foram realizados por pastores das IERs e a responsabilidade dos cultos coube a dois membros da Congregação: Cornélio de Geus e Nicolaas BIERsteker. O templo foi inaugurado no dia 4 de março de 1979.

No ano de 1981, a IER de Carambeí convidou o pr. Simon Wolfert para pastorear a Congregação. Esta Igreja encaminhou um pedido ao Sínodo para que concedessem autonomia à Congregação e pediram também que todas as IERs assumissem a responsabilidade de acompanhar e apoiar as novas igrejas da IERB.

A organização da IER de Tibagi aconteceu no dia 26 de fevereiro de 1982.

Os Primeiros Seminaristas

O primeiro seminarista foi o pr. Auke R. van der Meer, que se formou em 1978, no Seminário Presbiteriano de Campinas. A seguir foi trabalhar na IPB (mais tarde ele trabalhou alguns anos para a IERB).

Em 1979 o pr. Leonardo de Geus Los se formou e pouco tempo depois foi enviado para Holanda, para estudo complementar. Ao voltar, em 1981, foi ordenado pastor na IER de Carambeí e enviado ao campo missionário do norte pioneiro do Paraná e mais tarde para a região de Pato Branco. (Anos depois, em 1991, ele foi nomeado Coordenador da Missão da IERB).

Jubileu 45 Anos De Pastorado

O culto de gratidão pelo jubileu do pastorado do reverendo W. V. Muller foi realizado em 26 de outubro de 1979, em Carambeí.

Foram 45 anos que este grande homem dedicou à obra do Senhor, dos quais grande parte nas colônias, tanto na área eclesiástica como na econômica, desde sua ordenação em 1934.

 

O Idioma

Gradativamente foi aumentando a necessidade do uso do idioma português nas IERs de língua holandesa, principalmente nas atividades com adolescentes e jovens. Mas também nos cultos em português, até então dirigidos por pastores convidados ou pastores holandeses.

Assim a IER de Carambeí-colônia procurou e, em fevereiro de 1986, empossou o primeiro pastor brasileiro, pr. João V. de Lima. Nesta época, a Igreja já contava com 605 membros, professos e batizados.

Alguns anos depois, a IER de Castrolanda também viu esta necessidade e seu primeiro pastor brasileiro, o pr. Donaldo Sonntag, foi instalado em 10 de fevereiro de 1991. Esta IER tinha então um total de 604 membros, professos e batizados.

E, em 1996, a IER de Arapoti instalou o primeiro pastor brasileiro, pr. David N. Pereira. Esta Igreja contava um total de 383 membros.

Neste ano de 1996, o total de membros das IERB somava: 2.445 membros, professos e batizados.

Contatos Ecumênicos

As IERB sempre mantiveram contatos ecumênicos com outras Igrejas e Organizações, entre outros com o WARC, CONIC, CLAI, etc.

Em 1990 foram formados dois outros departamentos sinodais, ao lado do Departamento da Missão: o de Contatos Ecumênicos (DCE) e o de Educação Cristã, que em 1994 foi renovado e composto por representantes das IERs do Paraná, tornando-se o Departamento de Educação Cristã Sinodal (DECS).

O Sínodo aprova um Documento Protocolo com a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), em 1993, que entre outros também regulariza a cedência de pastores desta Igreja para a IERB. Anos antes tinham feito semelhante acordo com a IPB.

A IER De Gerais De Balsas

Em 1995, um grupo de pessoas oriundas de Carambeí estabeleceu-se em Gerais de Balsas, Maranhão. Na reunião do Sínodo foi decido que seriam visitados mensalmente por um pastor da IERB.

No ano seguinte, o grupo pediu ajuda na procura de um obreiro e manifestou o desejo de se tornar uma IER.

Inicia-se então o processo de instituição e organização da IER de Gerais de Balsas, fato que aconteceu no dia 23 de setembro de 1996. Seu primeiro pastor foi Saulo Vieira. A inauguração do templo foi em 30 de novembro de 1997.

A IER De Curitiba

Também no ano de 1995, o Sínodo aprovou a proposta do Departamento da Missão para um trabalho missionário em Curitiba, em parceria com as Igrejas Cristãs Reformadas da Holanda (CGKN).

O pr. Auke van der Meer foi o primeiro pastor missionário. Existia um ponto de partida, pois um grupo de estudantes e alguns membros da IERB, moravam em Curitiba.

Após várias dificuldades nos anos iniciais, procurou-se um local de reuniões no bairro Portão e em 8 de março de 1998, foi instituída a Comunidade de Curitiba, que tinha uma ligação especial com a IER de Castrolanda.

Em 10 de junho de 2001 foi instalado um Conselho e passaram a ser ‘Congregação Sinodal IER Curitiba’.

Hinário Da IERB

A publicação do Hinário em 1998 foi algo memorável na nossa história, um enriquecimento para os cultos e ainda a letra dos hinos e salmos veio com notas musicais.

Algo relevante foi que o Hinário tem um anexo contendo as Confissões da IERB e as Formas litúrgicas para a celebração de cultos especiais.

A IER De Itararé

Em 2001 havia em Itararé um pequeno grupo de pessoas interessadas em começar um trabalho eclesiástico de linha mais tradicional, entre elas pessoas que tinham sido membros da IERB. Para tal o grupo solicitou apoio e ajuda da IER de Arapoti.

Assim, em 11 de outubro de 2001 foi realizada uma reunião onde se formou a Congregação de Itararé. Decidiu-se começar com cultos nas 2ª e 4ª quintas-feiras do mês, dirigidos pelo pr. Gerson Iurk, pastor em Arapoti. O primeiro culto foi marcado para 25 de outubro, na casa do Mezo Wolters. Na seqüência, cada culto seria realizado na casa de um membro.

Em 2004 trabalhou-se com um estagiário da IELB, com o objetivo de expandir o trabalho. Este precisava de moradia e alugou-se uma casa com um salão para os cultos.

Em 2005 decidiu-se chamar um pastor para um trabalho específico em Itararé, o pr. Alisson Schröpfer da Silva.

Logo a casa alugada mostrou-se pequena para atender às necessidades. Encontrou-se um ótimo local na rua XV de Novembro, 1135, no centro da cidade. Este templo foi inaugurado em 11 de junho de 2006.

Em 10 de dezembro daquele mesmo ano foi instituída oficialmente a IER de Itararé, com 24 membros professos e 16 batizados. Mesmo não sendo ela ainda autônoma, pois continuaria com uma ligação especial à IER de Arapoti.


Parte II – A Organização Da IER No Brasil

A IERB

As Igrejas citadas na ‘Parte I’ juntas formam as Igrejas Evangélicas Reformadas no Brasil = IERB.

Por que no plural?

Cada IER local é uma igreja independente e autônoma, reconhecendo acima dela somente a autoridade de Cristo, como supremo Senhor da Igreja. Cada uma tem seus próprios Estatutos e Regimento Interno.

O Sínodo da IER no Brasil congrega as diversas IERs, sendo estas ‘igrejas-irmãs’ integradas e ligadas através de uma Constituição própria, que define as regras para a vida e para o trabalho das mesmas e a qual todas subscrevem.

As maiores IERs são as das três colônias holandesas do Paraná, que foram fundadas pelos imigrantes. E até agora a maioria de seus membros é composto por holandeses e seus descendentes.

Atualmente a IERB conta com um total de mais ou menos 2.700 membros professos e batizados.

O bilingüismo

O fato de as IERs das três colônias serem formadas na maioria por membros holandeses e seus descendentes traz diversas conseqüências, entre outras o bilingüismo e as diferenças culturais. Pode-se dizer que elas estão em meio a um processo de transição e de integração.

Na prática significa que a cada domingo se tem um culto na língua portuguesa e outro na língua holandesa. E que diversas atividades são feitas ou em uma, ou em outra das línguas.

A nova geração, cada vez menos, entende e fala o holandês. Por outro lado, cada uma destas três IERs, ainda tem um grupo de idosos que quase não fala e entende o português. E mais outro grupo de adultos que fala e entende o português, mas tem mais facilidade de se expressar em holandês, no caso de estudos bíblicos, reuniões, etc.

Esta situação exige boa organização e adaptação, bastante compreensão e flexibilidade da parte dos Conselhos, mas também de todos os membros.

O logotipo

A IERB tem um logotipo, um selo oficial, com um significado magnífico e rico que explica muito sobre o que ela é e quer ser:

– o I e o X significam Jesus Cristo;
– o Α e Ω, são a primeira e a última letra do alfabeto grego, significam o Princípio e o Fim, como Cristo disse que Ele é (Ap. 22: 13);
– a  em lugar central é o símbolo da nossa salvação pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz (o âmago do Evangelho). Uma cruz vazia, pois Cristo morreu e ressuscitou! A cruz não está solta no ar, está ‘plantada’ na terra, pois a mensagem é para todos os que vivem na terra. Além disso, a linha vertical da cruz representa o amor de Deus para conosco; a linha horizontal, o amor que devemos ter para com o nosso próximo;
– Atos 1: 8 diz: “Sereis minhas testemunhas”, sendo esta a missão da Igreja.

 

O Sínodo

Na realidade o Sínodo somente existe durante o tempo em que está reunido. As reuniões ordinárias são realizadas duas vezes ao ano e tratam dos assuntos relacionados a todas as Igrejas e inclusive dos assuntos que não puderem ser resolvidos pelos Conselhos locais.

O Sínodo é um órgão congregante do qual todas as IERs fazem parte enviando seus representantes (deputados). Por isso o Sínodo inclusive tem uma função mais ou menos semelhante ao de ‘poder executivo’: sua autoridade é reconhecida com relação a decisões tomadas. Significa que as IERs, para manterem sua união e unidade, devem levar em consideração e cumprir o que é decidido pelo Sínodo.

O Sínodo é composto por deputados de cada Igreja: geralmente o(s) pastor(es), dois presbíteros e um diácono, credenciados pelas suas respectivas Igrejas. Eles estão lá, não em função particular, mas a serviço de sua Igreja local: são delegados e habilitados a tomarem decisões que consideram de acordo com a Palavra de Deus. O Sínodo é uma reunião de oficiais, não de Igrejas.

Cada vez, uma das IERs convoca o Sínodo, alternando-se. A Igreja convocadora e a Mesa do Sínodo, juntos preparam e estabelecem a agenda preliminar, com base nos assuntos apresentados. Mais tarde a Mesa dirige o Sínodo baseando-se nesta agenda.

Mesa do Sínodo

A Mesa do Sínodo é renovada a cada ano, durante a reunião do primeiro semestre, e é eleita pelos deputados credenciados. A seguir ela tem a tarefa de dirigir duas reuniões anuais.

No intervalo entre os Sínodos, a Mesa é responsável pela resolução de casos pendentes e deve atender aos assuntos que possivelmente surjam. Mas a Mesa sempre deve dar satisfação ao Sínodo a respeito de suas atividades. Então, ela é subordinada e age a serviço do Sínodo.

Os Departamentos do Sínodo

Estes, assim como a Mesa do Sínodo, servem como auxiliadores do Sínodo na execução dos trabalhos da IERB e estão subordinados ao mesmo, prestando relatório de suas atividades ao Sínodo.

O Conselho

O Conselho dirige a Igreja local. Em primeiro lugar é responsável pelo ensino da Palavra, visando aproximar os membros de Cristo. E em segundo, por todas as questões eclesiásticas e administrativas. Tudo em obediência ao que Deus ensina em Sua Palavra, e respeitando a Constituição da IERB e as decisões do Sínodo.

O Conselho é composto por pastor(es), presbíteros e diáconos. Estes oficiais da Igreja são indicados por meio de eleição legal, pelos membros professos.

O Pastor

O pastor da Igreja também é um dos presbíteros, mas com tarefa específica. Ele é considerado ‘presbítero entre os presbíteros’.

Os pastores das IERs geralmente são ‘emprestados’ de outra denominação irmã, isto é: de denominações das quais a IERB se aproxima doutrinariamente. Depois de ser chamado, ele é contratado pela Igreja.

Ao pastor cabe a tarefa da pregação da Palavra de Deus e a administração dos Sacramentos, além de outras tarefas específicas como: aulas de Catecismo, estudos bíblicos, visitas, etc.

Os Presbíteros E Diáconos

Os presbíteros e diáconos têm mandato de três a cinco anos (cf. Constituição da IERB) e devem, como descrito acima, zelar pelo funcionamento adequado da Igreja, junto com o(s) pastor(es). E no cumprimento do seu dever eles devem evitar o autoritarismo. Sendo todos os cristãos sacerdotes, ninguém tem o direito de sobrepor-se aos outros.

Tanto o pastor, quanto os presbíteros e diáconos, são instalados no ofício em um culto especial. Neste ato lê-se a Forma da Instalação, onde consta o que se espera do oficial: eles têm autoridade, mas esta vem de Cristo que é o Cabeça da Igreja. Também lhes é feita a pergunta se concordam com as Confissões da Igreja, pois é de suma importância manter puro o ensino e guardar a união da Igreja. Mais tarde eles também devem assinar o Termo de Compromisso.

Os Membros

No Santo Batismo a criança também é inscrita no rol de membros, onde constam os nomes dos membros batizados e dos membros professos (aqueles que confessaram sua fé publicamente).

Portanto, uma pessoa se torna membro de uma das IERs pelo Santo Batismo ou ainda pela transferência de uma denominação irmã, com Atestado de Batismo/Profissão de Fé.

Os membros professos são também membros votantes, com deveres e direitos. Podem tomar decisões em conjunto com os outros membros e têm a responsabilidade de contribuir financeiramente na manutenção da Igreja.

Dentro da Igreja cada membro também tem sua responsabilidade em contribuir e participar das atividades organizadas, seja como participante ou no seu envolvimento na liderança; isso conforme os dons que recebeu de Deus. Dons estes que, conforme a Bíblia ensina, devemos dedicar ao trabalho para o crescimento do Seu Reino.

Aulas Do Catecismo

A partir de aproximadamente 12 anos os membros batizados devem entrar nas aulas de Catecismo, a fim de receberem a instrução doutrinária necessária para conhecer melhor o ensino e a Igreja da qual são membros.

Após terem freqüentado a aula do Catecismo regular por 4 a 6 anos eles podem, depois de freqüentar as aulas de preparo, tomar a decisão de fazer sua pública Profissão de Fé, num culto especial.

Profissão De Fé

Antes de participar da Santa Ceia, espera-se que o membro confesse sua fé diante da comunidade. De certa forma a Profissão de Fé é uma resposta ao Batismo: uma confirmação da aliança que Deus firmou conosco; é assumir a responsabilidade pelo sim de nossos pais na ocasião do nosso Batismo.

Este costume originou-se já na época do Novo Testamento. Quando o Evangelho era anunciado pelos apóstolos, muitos se convertiam e se deixavam batizar. Neste ato também confessavam a sua fé. Os seus filhos eram também batizados, como vemos com Lídia e o carcereiro de Filipos (Atos 16).

Na época da Reforma estabeleceu-se que primeiramente a pessoa deveria ser instruída. Na Igreja de Genebra – onde Calvino foi pastor – aos domingo era dado aula de Catecismo pelo mesmo. Lá compareciam, não apenas os adolescentes, mas também seus pais que por causa da negligência da Igreja também precisavam do ensino. Quando tinha recebido instrução suficiente a pessoa mostrava isso dizendo um ‘resumo da fé’ no meio da comunidade. Então, aqui originou-se o costume de que somente pode participar da celebração da Santa Ceia, quem fez a Profissão de Fé no meio da comunidade. E será que existe momento melhor para confessar a fé, do que logo antes da primeira participação da Santa Ceia?

Os Cultos

Um dos meios mais importantes de o Conselho exercer sua tarefa de dirigir e ensinar a Igreja são os cultos, pois assim se atinge número maior de membros.

O ponto central dos cultos é a adoração a Deus, assim como o era nos cultos de adoração em Israel. O nosso culto contém vários elementos dos cultos nas sinagogas judaicas, por exemplo: leitura da Palavra, oração, louvor e bênção.

O culto é um encontro entre Deus e Sua igreja. Pode-se até dizer que é uma interação entre Deus e a Igreja: Deus fala através da saudação, dos mandamentos, da leitura da sua Palavra, da pregação, da bênção e dos sacramentos. A Igreja responde no canto de louvor, na oração, na participação dos sacramentos e pelas ofertas de gratidão.

A cada culto somos convocados a lembrar constantemente tudo o que Deus fez para nós e principalmente o que seu Filho Jesus Cristo tem feito.

Na tradição calvinista a pregação, a explicação da Palavra, tem um lugar importante. Mas talvez igualmente importante seja a comunhão com os outros membros, os irmãos e irmãs em Cristo. Viver a mesma fé em união e unidade significa muito para o crescimento espiritual.

Ordem de culto

Nos cultos das IERs segue-se uma ‘Ordem’, uma liturgia que encontra-se no Manual de Cultos, para que todos os aspectos do culto de adoração sejam abordados e tudo ocorra em boa ordem e estilo.

Formas litúrgicas

Nos cultos especiais (Santa Ceia, Santo Batismo, Instalação de oficiais, Profissão de fé, Casamento) devem ser lidas as Formas para que todos entendam do que se trata e qual é a intenção de Deus com relação às mesmas. Para tal, é usado o Manual de Cultos da IERB.

Culto matrimonial. Este é um culto para toda a Igreja, onde é confirmado o casamento civil (anteriormente realizado) e invocada a bênção de Deus sobre o enlace.

Ano Eclesiástico

Também se obedece ao Ano Eclesiástico, celebrando as festas cristãs, pois na Bíblia lemos que estas devem ser lembradas e comemoradas.

Trabalho Missionário

Por meio deste trabalho procura-se dar forma à ordem bíblica de Atos 1: 8, a de ser testemunhas do Senhor e levar o Evangelho “até os confins da terra”.

O trabalho missionário geral da IERB é coordenado pelo Departamento da Missão Sinodal. Mas quase todas as IERs locais também têm algum projeto missionário, por meio do qual realizam trabalho social e de evangelização.


PARTE III – O Ensino Da IER No Brasil

A IERB

O Nome

Igreja – por meio do nome confessamos que a IERB é parte da igreja universal do supremo Senhor, é Ele que a dirige. A palavra ‘igreja’ vem do grego ‘ekklesia’ e significa: reunião, comunidade.

Evangélica Reformada – ela provém das Igrejas ‘protestantes’ que nasceram durante a grande Reforma do século XVI, quando a Igreja passou por um processo de ‘volta às raízes’ pela redescoberta da leitura da Palavra de Deus. Somos Igreja de convicção calvinista, que confessa a justificação pela fé e a salvação pela graça, sem obras (Ef. 2: 8, 9).

Usa-se ‘no’ Brasil porque as Igrejas são de Cristo e não ‘do’ Brasil.

As Confissões

Em primeiro lugar aceitamos as Escrituras Sagradas, tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento, como a infalível Palavra de Deus.

Como Confissões adotamos os três Credos Ecumênicos (sendo: o Credo Apostólico, o Credo Niceno e o Credo Atanasiano), a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg, como exposição correta dos ensinamentos bíblicos.

A IERB tem como finalidade adorar a Deus conforme sua Palavra, propagar o Evangelho, promover a educação cristã e praticar obras de caridade.

As Confissões

Confessar é repetir pela fé o que o Senhor diz em Sua Palavra. Porém, confessar é obra de seres humanos. Por isso um documento de confissão nunca pode ser igualado à Bíblia (que foi inspirada pelo Espírito Santo), mas baseia sua autoridade nela: ‘Não se pode igualar escritos de homens à Bíblia, por mais santos que tenham sido os autores’ (Conf. Belga, art.7).

No decorrer da história foram formulados vários documentos de Confissão. Nossa Igreja aceitou oficialmente cinco deles. São o ‘cartão de visitas’ das nossas Igrejas.

Temos três deles em comunhão com quase todas as igrejas cristãs do mundo e por isso são chamados de Credos Ecumênicos: os Credos Apostólico, Niceno e Atanasiano.

Temos as duas outras confissões em comunhão com várias outras Igrejas que têm origem na Reforma: o Catecismo de Heidelberg e a Confissão Belga.

Na Idade Média a Bíblia tornou-se cada vez mais um livro inutilizado. As opiniões dos teólogos recebiam mais autoridade e importância do que a Palavra de Deus. Então no século XVI chegou a Reforma e a Bíblia reapareceu por debaixo da poeira. Calvino escreveu que, em primeiro lugar, devemos pessoalmente nos empenhar para ouvir e ler o que a Palavra de Deus nos ensina.

E em meio a estas novas questões e opiniões reapareceu também a necessidade de afirmar a fé, o que deu origem à Confissão Belga e ao Catecismo de Heidelberg.

O Credo Apostólico

Neste Credo confessamos crer num único Deus, que se revela em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

É a mais antiga das confissões que conhecemos. Também é chamado de ‘os doze artigos da fé’, doze expressões da fé em Cristo (assim como os doze discípulos ao redor de Jesus).

Foi chamado de ‘Apostólico’ porque lembra e corresponde com o ensino dos apóstolos, mas não foi composto pelos mesmos.

Através deste Credo a nova Igreja Cristã confessava sua fé. Este Credo provavelmente surgiu no segundo século d.C. em meio da igreja de Roma. Nas primeiras igrejas cristãs era usual que alguém confessasse sua fé antes de ser batizado.

Desta ‘Confissão de Batismo’ foi se desenvolvendo aos poucos o Credo Apostólico, até que mais ou menos no quinto século, no sul da França, tomou a forma que ainda hoje conhecemos.

O Credo Niceno

Sua origem data de 325, quando o Concílio de Nicéia condenou a heresia ariana, a falsa doutrina de Ário, um presbítero de Alexandria. O arianismo negava a eternidade e a divindade de Jesus Cristo.

O Credo original, ao longo dos anos, sofreu adições teológicas em diversos outros Concílios, mas sempre para combater as idéias decorrentes da heresia ariana. A mais importante adição foi o assim chamado ‘Filioque’ (palavra grega que significa ‘e do Filho’), ou seja, que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.

Neste Credo, então, fica em destaque que Jesus foi verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.

O Credo na sua formulação atual faz parte da liturgia cristã do ocidente, desde o século XI.

A Igreja oriental de Constantinopla não aceitou a cláusula do ‘Filioque’. Foi uma das causas do Cisma entre as Igrejas Cristãs do ocidente e do oriente.

O Credo Atanasiano

A primeira referência a este Credo data do ano de 670. Talvez se tenha originado no sul da Gália ou norte da África.

O autor é desconhecido e embora receba o nome de ‘Atanasiano’, sabe-se que Atanásio (295 – 373), bispo de Alexandria, não o escreveu. Mas ele combateu violentamente as opiniões de Ário, defendendo a verdade do Evangelho de que ‘Jesus tanto foi Deus como homem’ e que somente assim Ele pôde obter a salvação para nós. A essência do Evangelho estava em jogo.

Neste Credo encontra-se um resumo da doutrina de Atanásio, chamado ‘o pai da ortodoxia’. Parece até uma versão mais detalhada do Credo Niceno.

O Credo divide-se em duas partes: a primeira expõe a doutrina da Trindade e a segunda, enfatiza a doutrina cristológica das duas naturezas de Cristo: a natureza divina e a natureza humana.

O Credo Atanasiano é uma afirmação doutrinária dos quatro primeiros Concílios da Igreja Cristã, os de: Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia.

A Confissão Belga

A Confissão Belga foi escrita em 1561, por Guido de Brès, um pastor holandês, logo antes da ‘Guerra dos 80 anos’. Ele foi aluno de João Calvino, em Genebra.

Por meio desta Confissão, um resumo da fé em 37 artigos, ele queria mostrar que as Igrejas Reformadas não eram formadas por revolucionários nem hereges. Que em todos os sentidos eles queriam viver conforme a Palavra de Deus, à qual ele sempre fazia referências, de modo que os outros pudessem verificar que a doutrina reformada estava de acordo com a Palavra de Deus.

Na noite de 1 para 2 de novembro de 1561, a Confissão Belga, endereçada ao rei Felipe II, foi jogada por sobre o muro do castelo de Doornik, na Bélgica (daí o nome). Esta estava ainda acompanhada de uma carta em que se solicitava liberdade de religião.

O Catecismo de Heidelberg

Frederik III, o rei de Pfaltz – Alemanha, achava que os jovens tinham pouco conhecimento bíblico e que deveria ser dado um ensino mais sistemático.

Assim encarregou dois jovens teólogos da universidade de Heidelberg, Zacarias Ursinus e Gaspar Olevianus, para elaborar um livro de ensino doutrinário.

O livrete foi composto de maneira a ensinar por meio de perguntas e respostas. E foi subdividido em três temas: desgraça, salvação e gratidão. Nestes temas trata-se sobre o Credo Apostólico, os Dez Mandamentos, a oração ‘Pai Nosso’ e os Sacramentos.

Em fevereiro de 1563 foi publicada a primeira edição do Catecismo de Heidelberg, que logo foi traduzido em várias outras línguas, também em holandês.

As Igrejas da Reforma acharam-no tão importante que tomaram a decisão de tratá-lo também nos cultos. Por isso as perguntas e respostas foram divididas sobre 52 domingos, com a intenção de a cada domingo do ano estudar uma parte deste Catecismo.

Os Sacramentos

A IERB tem dois sacramentos, que foram instituídos pelo próprio Senhor Jesus: o Santo Batismo e a Santa Ceia. O Senhor não apenas quer fortalecer a nossa fé pela Sua Palavra, mas também o quer mostrar e fazer sentir por meio dos sacramentos.

Deus quer tornar visível o que nos ensinou no Evangelho e nos dar a garantia das Suas promessas. São ‘sinais e selos santos e visíveis’ de que, baseado no sacrifício de Cristo na cruz, Deus nos concede perdão e a vida eterna pela Sua graça (Cat. Heidelberg, dom. 25).

O Santo Batismo

Cremos que, por meio do Santo Batismo, Deus estabelece Sua aliança com a criança, assim como o fazia no Antigo Testamento por meio da circuncisão. Justamente o batismo infantil mostra que Deus é o primeiro na Sua aliança e que tudo vem Dele.

O Santo Batismo não sela a fé, presente ou não, daquele que o recebe, mas é uma confirmação das promessas de Deus.

Certamente é verdade que “Quem crer e for batizado será salvo…”(Mc 16: 16). Vemos isso no AT com Abraão, mas não apenas ele, mas todos os que moravam com ele foram incluídos na aliança. No NT encontramos semelhante situação com Lídia, o carcereiro de Filipos e Crispo; os seus filhos também foram incluídos e batizados. E Pedro disse no dia de Pentecostes: “Pois a promessa é para vocês e para os seus filhos”.

Por isso batizamos nossos filhos e os pais se responsabilizam até que eles se tornem adultos.

Na IERB o batismo é feito por aspersão. A palavra batizar significa: submergir, lavar. É o sinal de que seus pecados são lavados pelo sangue de Cristo, que você pertence a Deus. Que foi incluído na ‘aliança da graça’.

O Santo Batismo é administrado uma única vez, em nome do Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo.

Se alguém não tiver sido batizado quando criança e quer tornar-se membro da IERB, o Santo Batismo lhe será administrado logo depois da pública profissão de sua fé.

A Santa Ceia

No Oriente antigo a confirmação de uma aliança, muitas vezes era seguida por uma refeição conjunta e o Senhor Deus seguiu este costume (Ex.24). E assim fez o Senhor Jesus quando instituiu a refeição da nova aliança, a Santa Ceia, na noite antes da Sua paixão e morte.

Os sinais da Santa Ceia são o pão e o vinho. Celebrando-a, Cristo nos dá a garantia de que: assim como tomamos o pão e o vinho, assim recebemos o corpo e sangue de Cristo.

Indicando versículos bíblicos como 1 Cor.10:14-22, Calvino mostrou que Cristo se oferece verdadeiramente aos que crêem, mas de maneira espiritual.

Então, na ‘Mesa do Senhor’ lembramos que necessitamos de Jesus para a remissão dos pecados e, participando, mostramos que esperamos a salvação Dele. Além disso a recebemos para o fortalecimento da nossa fé, muitas vezes fraca. E ainda ela aponta ao futuro, à promessa da Sua volta, pois devemos celebrá-la “até que Ele venha” (1Cor.11: 26).

Portanto, a Santa Ceia não sela a nossa fé, mas é o selo (uma garantia) da graça de Deus.

Na ‘Mesa do Senhor’ não apenas temos comunhão com o Senhor, mas também com os irmãos e irmãs em Cristo. Não se deve celebrá-la sem arrependimento e sem fé, nem vivendo em desentendimento com outra pessoa. Por isso, um auto-exame deve anteceder esta celebração (1 Cor.11: 27- 29).

Podem participar da Ceia os membros que fizeram a Profissão de Fé. Geralmente os visitantes, que em sua própria Igreja (Igreja-irmã) estiverem habilitados, também são convidados a participar.

Posfácio

No decorrer destes anos, a Igreja ocupou um lugar central nas nossas comunidades/colônias e conseguiu manter a unidade e a união, apesar da diversidade e das diferenças.

“Até aqui Deus conservou a Sua igreja amada;
com Suas bênçãos a alegrou na vida atribulada.
Jamais faltou a pregação e a boa nova do perdão,
que a muitos foi levada.”

Graças, Senhor, Te rendemos!


Fontes usadas:

“25 jaar Arapoti” (1985) – N. A. Bronkhorst
“Carambeí” (1986) – H. A. Kooy
“Castrolanda 40 jaar” (1991) – C. H. L. KIERs-Pot
“História das IER’s” (1991) – pr. A. R. van der Meer
“Confessar a fé” – (Ao Redor da Bíblia)
Documentos Oficiais da IERB – edição de 1999
Documentos de Confissão da IERB

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